Teus passos infantis eu sigo em meu fadário, vivendo aqui em teus braços, pensando em suavizar, na estrada do calvário, os Teus últimos passos!...Pequena Via e Santidade!

-Santa Terezinha-

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"Últimos passos..."


[...] Mas sua alma comunga sem cessar. Em Deus e em toda a Igreja. Mártir no seu corpo e na sua alma pela provação interior que a atenaza, Teresa vive seu martírio de amor. Olha muitas vezes para o Crucificado: "A mais bela morte de amor", diz ela...

Na sua Oferenda, ela pediu: "Que eu me torne mártir do vosso Amor, ó meu Deus". Ela dá testemunho: "Bem frequentemente, quando posso, repito meu oferecimento ao Amor". Cada batimento de seu coração quer ser um ato de amor. "Tudo o que faço, os movimentos, os olhares, tudo, desde minha oferta, é por amor."

A tuberculose prossegue sua obra de destruição. A gente se pergunta como Teresa pôde continuar viva. A gente a lamenta: "É horrível"! "Não!", responde ela, "não é horrível. Uma pequena vítima de amor não pode achar horroroso o que seu Esposo lhe envia por amor". Era 25 de setembro.

Ela resistirá ainda cinco longas noites e cinco longos dias. Em 30 de semtembro de 1897 ela vê seu último dia. Escutemos suas palavras após o meio-dia assim como madre Inês pôde registrá-las.

"Sim, parece-me que nunca busquei senão a verdade; sim, compreendi a humildade de coração...Parece-me que sou humilde."

"Tudo o que escrevi sobre meus desejos do sofrimento, oh! é o entanto bem verdadeiro!"

"Não me arrependo de ter-me entregue ao Amor. Oh! não, não me arrependo, pelo contrário!"

"Nunca teria acreditado que fosse possível sofrer tanto! nunca! nunca! Não posso explicar isso a não ser pelos desejos ardentes que tive de salvar almas."

"Madre! Não é ainda a agonia? Não quero morrer? Oh! não gostaria de sofrer tanto..."

Alguns minutos depois das sete horas da tarde, olhando para seu crucifixo, ela pronuncia suas últimas palavras:

"Oh! eu o amo... Meu Deus....eu vos amo!"

JMJT


Trechos tirados do livro "História de uma alma, por Conrad De Meester"

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para realizar sua missão, Igreja deve “desmundanizar-se”


Chamado à abertura deve prevalecer sobre organização e institucionalização

FREIBURG, domingo, 25 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Se a Igreja pretende realizar plenamente sua missão, deve “destacar-se da mundanidade”, fazendo que o chamado à abertura prevaleça sobre a atenção à organização e à institucionalização.
Esta foi a mensagem do Papa hoje à tarde, no Konzerthaus de Freiburg, aos católicos comprometidos na Igreja e na sociedade, no último encontro da sua visita de quatro dias à Alemanha.
“Assistimos, há decênios – disse o Pontífice em seu discurso, o mais longo dos pronunciados nesta 21ª viagem apostólica, a terceira à sua pátria –, a uma diminuição da prática religiosa, constatamos o crescente afastamento duma parte notável de batizados da vida da Igreja.”
“Surge a pergunta: Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?”
“Uma vez alguém instou a beata Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!”, recordou.
“Este pequeno episódio evidencia-nos duas coisas: por um lado, a Religiosa pretendeu dizer ao seu interlocutor que a Igreja não são apenas os outros, não é apenas a hierarquia, o Papa e os Bispos; a Igreja somos nós todos, os baptizados. Por outro lado, Madre Teresa parte efetivamente do pressuposto de que há motivos para uma mudança. Há uma necessidade de mudança. Cada cristão e a comunidade dos crentes são chamados a uma contínua conversão”, explicou.
O Pontífice se perguntou, portanto, em que consiste esta renovação. “Mas, no caso da Igreja, o motivo fundamental da mudança é a missão apostólica dos discípulos e da própria Igreja. (…) A Igreja deve verificar incessantemente a sua fidelidade a esta missão”.
O Papa advertiu que, “por causa das pretensões e condicionamentos do mundo, o testemunho fica muitas vezes ofuscado, são alienadas as relações e acaba relativizada a mensagem”.
Para cumprir a sua missão, a Igreja deve “continuamente manter a distância do seu ambiente, deve por assim dizer 'desmundanizar-se'”.
Duas tendências
A Igreja deve seu ser à permuta desigual entre Deus e o homem. “Encontra o seu sentido exclusivamente no compromisso de ser instrumento da redenção, de permear o mundo com a palavra de Deus e de o transformar introduzindo-o na união de amor com Deus.”
Neste sentido, afirmou, “está sempre em movimento, deve colocar-se continuamente ao serviço da missão que recebeu do Senhor”.
No entanto, advertiu, existe “uma tendência contrária, ou seja, a de uma Igreja que se acomoda neste mundo, torna-se auto-suficiente e adapta-se aos critérios do mundo. Deste modo, dá uma importância maior, não ao seu chamamento à abertura, mas à organização e à institucionalização”.
Por isso, a Igreja “deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo” e, neste sentido, “a história vem em ajuda da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para a sua purificação e reforma interior”.
Secularização, positiva
“De fato, as secularizações – sejam elas a expropriação de bens da Igreja, o cancelamento de privilégios, ou coisas semelhantes – sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena.”
Assim, explicou, “liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo. Pode de novo viver, com mais agilidade, a sua vocação ao ministério da adoração de Deus e ao serviço do próximo”.
A Igreja se abre ao mundo, “não para obter a adesão dos homens a uma instituição com as suas próprias pretensões de poder, mas sim para os fazer reentrar em si mesmos e, deste modo, conduzi-los a Deus”.
Diante dos escândalos
Neste sentido, o Papa lamentou que os escândalos atuais relacionados ao clero tenham ensombrecido a mensagem da Igreja.
“Cria-se uma situação perigosa, quando estes escândalos ocupam o lugar do skandalon primordial da Cruz tornando-o assim inacessível, isto é, quando escondem a verdadeira exigência cristã por trás da incongruência dos seus mensageiros”, advertiu o Papa.
Por isso, sublinhou a necessidade de “depor tudo aquilo que seja apenas táctica e procurar a plena sinceridade, que não descura nem reprime nada da verdade do nosso hoje, mas realiza a fé plenamente no hoje vivendo-a precisa e totalmente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando dela aquilo que só na aparência é fé, não passando na verdade de convenções e hábitos nossos”.
“Uma Igreja aliviada dos elementos mundanos é capaz de comunicar aos homens, precisamente no âmbito sociocaritativo – tanto aos que sofrem como àqueles que os ajudam –, a força vital particular da fé cristã”, concluiu.