Teus passos infantis eu sigo em meu fadário, vivendo aqui em teus braços, pensando em suavizar, na estrada do calvário, os Teus últimos passos!...Pequena Via e Santidade!

-Santa Terezinha-

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Fim do Homem - Parte I

1. Considera que o inferno não tem fim: padecem-se nele todas as penas, e toda são eternas. De maneira que passarão cem anos daquelas penas, passarão mil, e o inferno estará como se então principiasse! Passarão cem mil anos, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos, e o inferno continuará a ser o mesmo que no primeiro dia. Se um anjo levasse agora a um condenado a notícia de que Deus queria tirá-lo do inferno quando houvessem decorrido tantos milhões de séculos quantas são as folhas das árvores, as gotas de água do mar e os grãos de areia da terra; tu ao sabê-lo ficarias atônito e horrorizado diante desse prodigioso número de séculos passados nos tormentos.
 
 
E não obstante é indubitável que aquele condenado acolheria tal notícia com mais satisfação do que tu, se te anunciassem que tinhas sido feito monarca de um grande reino. Sim; porque diria o condenado: "É verdade que hão de decorrer tantos séculos; chegará, porém, um dia em que hão de acabar". Mas ai! Passarão todos esses séculos e o inferno estará em seu princípio; multiplicar-se-ão tantas vezes quantas são as gotas de água, os grãos de areia e as filhas das árvores, e o inferno não terá diminuído absolutamente nada. Qualquer condenado contentar-se-ia com que Deus lhe aumentasse suas penas e as prolongasse quanto Lhe aprouvesse, com tanto que afinal tivessem um termo: mas este termo não o terão jamais.
 
 
Se pudesse ao menos o pobre condenado enganar-se a si mesmo, iludir-se e dizer: "Quem sabe? Talvez Deus um dia tenha piedade de mim, e me tire do inferno!" Mas não: o réprobo terá sempre diante de seus olhos gravada a sentença da sua condenação eterna e não poderá deixar de dizer: "Todas estas penas que sofro agora, este fogo, estas tribulações, estes clamores não acabarão jamais? Não. E quanto tempo durarão? Durarão sempre. Sempre!" Ó sempre! Ó jamais! Ó eternidade! Ó inferno! Como? Os homens crêem em ti e pecam? E continuam sempre vivendo no pecado?

2. Meu irmão, acautela-te; pensa que também para ti há inferno, se pecares. Já está acesa a teus pés aquela formidável fogueira, e agora mesmo, ai! quantas almas estão caindo nela! Reflete que, se tu também lá caíres, não poderás jamais sair. Se alguma vez mereceste o inferno, dá graças a Deus por não te haver precipitado nele, e
prontamente remedeia o mal que fizeste, enquanto te é possível. Chora os teus pecados, põe em execução os meios apropriados á tua salvação, confessa-te frequentemente, lê este ou outro livro espiritual todos os dias, como todos os dias em honra de Maria, por quem deves ter particular devoção, recitarás o Rosário, e jejuarás todos os sábados; resiste às tentações invocando repetidas vezes os doces nomes de Jesus e Maria, foge das ocasiões de pecar, e se além disto Deus te dá vocação para abandonares o mundo, faze-o prontamente. Tudo quanto se faça para evitar uma eternidade de penas é pouco, é nada. Nunca serão exageradas as nossas precauções para nos assegurarmos uma eternidade feliz. Vê quantos anacoretas, para se livrarem do inferno, se têm internado nas grutas e nos desertos! E tu que fazes, depois de ter merecido tantas vezes o inferno? Que fazes? Não vês que a tua condenação está iminente? Volta-te para Deus e dize-lhe: "Eis-me aqui, Senhor: quero fazer tudo o que de mim quiserdes".
Maria, auxiliai-me.
Fruto I. Lembrar-me-ei desta verdade frequentemente: Tudo acaba e depressa, exceto a eternidade.
Fruto II. Se sentir alguma dificuldade em fazer o bem ou em resistir ao mal, direi a mim mesmo: tudo é pouco para adquirir a felicidade eterna.

(Máximas Eternas - Santo Afonso Maria de Ligório - Meditação para cada dia da semana)